quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Sonho e Realidade

     Lembro que de vez em quando chegava a sonhar com portas falsas, um fundo falso de gaveta, uma história mal contada e quando acordava o clima de mistério ainda pairava no ar. Mas era um mistério pobre, era um mistério só meu e de mais ninguém. E era este mistério que me dava forças pra viver. Eu não podia morrer enquanto não solucionasse tudo. Mas solucionar o que? Mentiras criadas por mim mesmo, para preencher meu mundinho vazio. Mentiras que de certa forma, anestesiavam minha solidão, tornavam-me um pessoa como outra qualquer, sociável, visível.
     Era dormindo que eu despertava. Nos sonhos eu podia ser o que quisesse. Algumas vezes guerreiro, outras vezes monstro, mas isso não importava, pois ao menos fazia parte de uma história. O estranho era que eu tinha medo da madrugada. Quando o dia ia morrendo e a noite chegava com seu canto insosso, meu coração ficava cinza. Talvez porque na madrugada eu ficava diante de mim. Na madrugada a solidão da minha alma se juntava com a solidão do próprio mundo. Tornávamos um só. Gélidos.
      Assim segui por muito tempo, vivendo nas sombras de fantasias surgidas dos meus sonhos. Até que ousaram me olhar e me viram. Trouxeram-me para o mundo real e eu descobri a verdadeira face da vida. Uma face cruel, má, impiedosa e totalmente atrativa. Tive minhas primeiras experiências e percebi que meu coração era diferente dos outros corações humanos, sempre confuso, triste e em busca de algo. Depois de tanto tempo sozinho, eu podia amar desesperadamente toda criatura carente de afeto. Mas isso não era uma característica boa, pois me tornei extremamente frágil e sensível, difícil de fazer feliz e fácil de magoar.
      E diante de toda essa beleza maligna, tornei-me mais um na multidão, agora eu estava no mundo. Eu finalmente tinha saído, não precisava mais construir falsas realidades, pois a verdadeira realidade estava perseguindo-me como um leão faminto persegue sua presa. E quando finalmente ela alcançou-me eu tive forças o bastante para dizer “ Eu não tenho medo de você, tenho poder o bastante para enfrentar-te. Consigo este poder em meus sonhos”.

Jeffew StrangerBlood

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Homem-menino-anjo!


     Ele chegou arfante ao terraço. Andou lentamente até a velha mureta de proteção e olhou a cidade.
     Que bela visão! À vários metros abaixo pequenos focos de luzes se agitavam feito vagalumes. Ele nunca tinha notado a beleza dos faróis dos carros.
     Lembrou-se de quando era um garotinho e ficava olhando o céu naquele mesmo terraço. Depois de muitos anos sentiu vontade de olhar as estrelas. Elas ainda estavam lá e sorriam pra ele. Ele chorou.
     Encostou as mãos na mureta e sentiu a frieza da cerâmica. Que mãos grandes! Ele tinha deixado o tempo passar. Uma brisa fresca fustigou-lhe o rosto e ele sentiu-se incomodado por aquele terno apertado. Retirou o paletó e afrouxou a camisa.
     “Que perfeição é a terra, a natureza!” pensou. “Como é belo o céu”. Quando criança sonhava em ser um anjo de grandes asas para aventurar-se entre as nuvens. Sonhava em ser um astronauta, ou até mesmo um piloto de avião. Mas agora, ele, pessoa grande, trabalhava em um escritório, perdido entre papéis e números. Vida inútil onde tudo dava errado!
     Homem inútil. Sem amigos. Sem amor. Sem história. Sem vida.
     Basta! Então o homem-menino- anjo respirou profundamente e olhou as estrelas mais uma vez. Subiu na mureta e abriu suas asas. Saltou cortando o espaço e voou... Por alguns segundos...


Jeffew StrangerBlood

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Garotos Podres



Capítulo Um : Fim de Férias

Quando o despertador tocou aquela manhã, parecia que eu tinha acabado de dormir. Levantei e caminhei até o banheiro, mais parecendo um zumbi que um garoto. Olhei-me no espelho. Que horror! Minha pele estava mais branca do que nunca e havia uma mancha roxa de noites mal dormidas em volta dos meus olhos castanhos. E com razão, eu tinha passado todo o tempo das férias preso em meu quarto, ouvindo minhas músicas e navegando na internet. Em nenhum dia fui dormir antes das quatro da manhã. Quase quebrei o espelho quando lembrei que estava prestes a voltar às aulas. Por que as férias acabam?
Foi com tristeza que abri a porta do quarto e caminhei até a cozinha. A Letícia estava lá. Comia uma maçã fazendo um ruído horrível:
_ Oi Maninho! Que cara horrível. Não esta feliz com o primeiro dia de aula? _ Provocou ela.
_ Mesmo se eu estivesse. Não estaria mais. Quem é que pode ter um dia feliz se logo de manhã da de cara com você?
_ Haha! Muito engraçado.
Letícia tinha 15 anos, ia para o segundo ano do ensino médio. Eu, Cássio, só tinha 14 e ainda ia para o primeiro. Não é que eu não gostasse dela, mais não nos dávamos bem. Ela sempre tinha algo a reclamar sobre mim, era chata até demais e entrava em meu quarto sem bater. Eu só escondia as coisas dela por causa disso. Ela sempre dizia que eu parecia um vampiro de tão pálido, com coisa que ela era toda bronzeada. Eu dizia que ela era um bolinho de chuva. Ela não chegava a ser gorda só era um pouco cheinha. Os cabelos pretos e lisos. Ponto pra ela, os meus eram castanho desbotado e nunca paravam no lugar.
_ Cadê a mãe? _ Perguntei.
_ Serve esta atrás de você?
Virei e vi uma mulher louca, Sara. Sempre apressada e procurando alguma coisa. Vestia sua habitual roupa social. Os cabelos louros e extremamente cacheados presos em rabo de cavalo. Ergueu um pires que havia na prateleira e virou seus olhos verdes penetrantes em direção minha e de Letícia.
_ Alguém viu minhas chaves? Eu jurava que estavam aqui.
_ Bom Dia mãe! _ eu disse retorcendo a boca.
Letícia parou de mastigar a nojenta maçã:
_ Não vi nada.
_ Droga! Por que elas somem todos os dias? Justo hoje que começam as aulas de vocês.
Santa paciência. Peguei uma torrada, passei geléia e fui pegar minhas coisas no quarto. Antes de virar no corredor gritei.
_ A senhora já olhou em sua bolsa?
Minha mãe pegou uma bolsinha preta que carregava no ombro, abriu e tirou de dentro um molho com 147 chaves. Depois disse sorrindo.
_ Encontrei!



Coloquei meu All Star mais velho e desbotado, minha camiseta preta do Nirvana e já estava pronto. Peguei minha mochila e fui direto para o carro. Minha mãe demorou quase meia hora para sair. Ela era jornalista e estava sempre apressada. Sabia coisas sobre política e até mesmo conflitos religiosos, mas ficava confusa se alguém perguntava se ela tinha almoçado. Quando finalmente apareceu foi a vez de Letícia aborrecer-me. Ela quase entrou no autóvel quando lembrou que não havia passado não sei o que no olho, acho que meus ouvidos entenderam a palavra himel. Voltou correndo para casa mais parou no meio do caminho e retornou ao carro.
_ Esqueci que coloquei o himel na bolsa.
Minha mãe arrancou com o carro:
_ Não vou deixar que cheguem atrasados no primeiro dia de aula.
_ Pra quê? Se nos outros iremos chegar sempre tarde?_ indaguei.
_ Não vão não_foi só o que minha mãe respondeu.
_ Ain! Não acredito_ exclamou Letícia em tom choroso, espalhando milhares de objetos de sua bolsa no banco traseiro do carro_ Não acredito que esqueci de colocar o himel na bolsa.


O carro parou bruscamente na frente do colégio. Eu desci de lá e gritei um tchau pra minha mãe, mas ela já havia sumido, assim como Letícia. Olhei para o prédio à minha frente. Vi diversos rostos sorridentes, alguns conhecidos, outros nunca vistos. O som de excitamento provocou-me enjoo. Suspirei e sai em direção ao prédio. “ Bem Vindo Cássio, a mais um ano neste colégio maldito” ..continua...

Jefferson Reis

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Horas Mortas


Ontem eu cheguei em casa bem tarde e fui direto para o PC. Meu MSN estava um lixo como sempre, então resolvi dar uma olhada em um site chamado Estronho e Esquésito. Nele qualquer pessoa pode publicar contos ou poemas, mas sempre relacionados com o tema do site, que é ficção, terror, suspense e fantasia. Depois de algum tempo acabei enjoando e fui ver TV. Nossa, que droga. Nada de interessante. Peguei um livro, Os Melhores Contos Fantásticos, mas logo o abandonei no sofá. Que porra, nada pra fazer nessas horas mortas.
Horas Mortas? Foi ai que me lembrei de uma coisa que ouvi um tempo atrás. Dizem que quando uma casa esta em horas mortas, os zumbis saem a vagar. Mas o que são essas horas mortas? É quando não há ninguém acordado, quando a casa é entregue ao desconhecido. BaaaH! Quanta bobagem, eu pensei. Se os zumbis vagam pelas casas nas horas mortas, como é que alguém pode ter certeza disso? Pois se assim for, a pessoa devia estar acordada pra ter visto o tal morto-vivo.
Fiquei pensando naquilo, assuntos assim sempre me fascinaram. Acabei chegando à uma conclusão: Quando alguém costuma passar todas as madrugadas acordado , ele vai tornado-se uma criatura da noite, alguém cujas horas mortas não fazem efeito. Alguém que pode ver seres humanos em estado de putrefação vagando pela sala, ou mexendo nas panelas da cozinha. Depois de ter pensado isso, fiquei com vergonha de mim mesmo.Vergonha de meus pensamentos. Que pessoa inteligente eu sou, pensei.
Já eram quase três da manhã quando resolvi tomar um banho frio. Estava embaixo do chuveiro sentindo a água correr por meu corpo quando ouvi o primeiro barulho. Pareciam passos. Desliguei o chuveiro e fiquei em silêncio. Nada. Voltei ao meu banho. A droga do barulho de novo. Será que minha mãe está passando mal? Sai do banheiro cheio de espuma e enrolado na toalha, pingando água por onde passava. Ela dormia tranqüila. Mas que bosta é essa? Terminei de me secar no quarto. O silêncio agora reinava. Mais que droga de silêncio de horas mortas! Como se obedecendo meus pensamentos um barulho de panela caindo veio da cozinha. Eu gelei. Quem esta ai?

A casa toda reinava em escuridão. Não é nada, deve ser apenas o gato preto, sem o olho! Caminhei até a cozinha, o lugar estava gelado e havia um líquido pegajoso no chão. Meu Deus! O que estava acontecendo? Eu caminhei devagar. Cadê o interruptor da lâmpada? Não conheço nem minha casa. Passei perto da geladeira e percebi alguém ali, atrás dela. Eu senti a presença, mas não senti a vida. Os pelos de meu corpo se eriçaram, meu pescoço se arrupiou. Eu não conseguia me mexer. Fiquei paralisado, com dificuldade pra respirar. O ser também ficou parado, como se temesse algo. Por fim criei coragem e continuei andando. Minhas pernas tremiam bastante. Fui tateando a parede até achar o maldito do interruptor, liguei a lâmpada e olhei para a geladeira.
Em pé. Com os olhos vermelhos de sangue seco, um homem morto me observava, estava espantado. Confesso que achei graça na hora. Ele estava morrendo de medo e era como se perguntasse “ Esse moleque está me vendo?”. Pelo jeito do corpo devia ter morrido velho. A pele era bem podre e as roupas muito sujas e rasgadas. Permanessemos um tempo assim. Até que tudo aquilo perdeu a graça. Sai da cozinha com aquela coisa me olhando. Entrei no quarto sorrindo e pensando “ Eu estava certo, que massa, sou uma criatura da noite, vou postar isso no Blog!”.

Será que hoje é ele quem vai vir em casa de novo? Talvez seja um outro morto. Qual será o morto que vai visitar o seu lar?
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domingo, 13 de setembro de 2009

eu tenho insônia.

Eram duas horas da manhã e eu ainda estava na internet.
Meu pai entrou em meu quarto de repente e falou levantando dois dedos:
_ São duas horas da manhã.
Eu olhei inocentemente pra cara dele e respondi:
_ Sério pai? Então está na hora de eu jantar!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Olhos Aguados

Como ela odiava aquela professora. Gorda, feia e chata. Sentia náuseas ao olhar o rosto daquela mulher, um pouco enrugado e com sardas. Desde que entrara naquele maldito colégio há quase quatro anos, vinha suportando as críticas e mau-dizeres daquela grotesca pessoa. Mas o ódio da professora por ela também era grande e a garota podia senti-lo todas as vezes que a mestra virava sua cabeça enorme e fitava-a com seus olhos azuis aguados. Era o que a garota mais odiava na professora, seus olhos, mas ela era forte e quando a mulher encarava-a ela assumia seu posto em frente à batalha e recusava-se desviar o olhar. De fato, nunca perdera, era sempre a professora que desistia.
O colégio era antigo e grande. Os corredores escuros e os cantos sombrios. A menina gostava disso, pois encontrava diversos esconderijos. Conhecia lugares que nem mesmo o diretor da escola sabia a existência. O jardim era imenso, mas a garota não ia lá, pois era cheio de pessoas felizes que sorriam sem parar. Depois dos olhos da professora, a coisa mais desprezada pela garota era o sorriso. Ela sentia vontade de arranhar a face daqueles que via sorrindo. “Eu odeio a felicidade” pensava ela.
Agora, debruçada em sua mesa, ela olhava fixamente o corpo gordo da professora, que escrevia no quadro-negro. “Eu odeio você”, pensou. Em sua mente surgiam imagens de seu primeiro dia de aula. Ela, uma menina de 11 anos, raquítica, esquelética e branquela, entrando em uma sala de estranhos. Estremeceu ao lembrar-se da primeira vez que viu a professora; ela estava sentada à sua mesa e nem ao menos perguntou-lhe o nome, apenas pediu para que sentasse, depois olhou pra ela com aqueles malditos olhos e comentou que a menina era branca demais. Depois deste comentário, a garota ficou conhecida como Leite Azedo.
Leite Azedo não tinha amigos. Passava as quatro horas de aula de cabeça baixa, no intervalo enfurnava-se na biblioteca, pegava um livro e sentava-se no cantinho mais escuro e úmido. Os livros eram seus amigos, o resto, apenas os inimigos. Sempre desconfiava de seus colegas, que puxavam suas longas tranças, então, gostava de permanecer invisível. Odiava que as pessoas olhassem-na. O que sentia não era apenas timidez, mas uma terrível fúria. Ela analisava todos. Sabia que sua colega da frente coçava o pescoço ao ficar nervosa. O garoto dentuço do extremo da sala estava triste. “Acho que é por causa do pai dele” observou Leite Azedo. Ela notara que todas as vezes que ia falar do pai, o menino abaixava um pouco a voz. “O que será que aconteceu com o pai dele?”
Naquele dia, a garota estava diferente e mais quieta do que nunca, tão parada que até parecia morta. A professora, notando aquilo, aproximou-se e perguntou:
_Morreu menina? Qual a causa de seu desânimo estúpido?
A garota apenas levantou a cabeça:
_ Não é nada.
_Como não é nada? Não é normal que uma garota, por mais chata que seja não faça nenhum amigo. Você é muito anti-social.
“Que mulher maldita” Leite Azedo pensou. Suspirou fundo, olhando aqueles olhos aguados e falou:
_ Eu sou assim.
_ Mas terá que mudar. Não suporto mais ter que ver sua cara branca de desânimo todos os dias.
Todos riram. Leite Azedo olhou em volta e viu dezenas de olhos a encarando.
_ Não olhem pra mim! _ gritou perdendo a paciência. Os alunos apenas aumentaram as risadas.
Seu rosto já não era mais tão branco, estava vermelho. Ela sentiu o coração disparar. Mas ainda não era o bastante para a professora.
_ Talvez se você conversasse mais, não receberia apelidos. Como é que te chamam mesmo? Leite Azedo não é?_ disse ela em um tom de desafio.
Leite Azedo levantou-se , olhou bem fundo nos olhos da professora e sussurrou:
_ Você vai morrer.
_ O que?
A menina agora tremia. Arregalou bem os olhos e repetiu.
_ Eu disse que você vai morrer, querida professora.
A mulher gorda ficou séria. A brincadeira tinha perdido a graça:
_ Você esta louca? Vai ficar sem recreio. Leite Azedo.
Na hora do intervalo todos saíram menos a garota e a professora. Leite Azedo continuou curvada sobre a mesa enquanto a mulher olhava-a. Depois de alguns minutos a menina levantou, pegou um lápis e um apontador , aproximou-se da lixeira e começou apontar o fino objeto. A professora continuava encarando-a com aqueles olhos aguados. “ Eu não gosto que olhem pra mim” Leite azedo pensou. Agora com um leve sorriso a professora encarava-a fixamente.
_ Não olhe pra mim! _ gritou Leite Azedo.
A professora abriu um longo sorriso:
_ Eu olho pra quem eu quiser, na hora que eu quiser.
_ Mas não para mim. E pare de sorrir_ O que aquela maligna mulher queria com ela? Por que não gostava dela? Leite Azedo analisou todas as suas memórias, sempre fora uma boa aluna, por mais que fosse quieta sempre fizera as tarefas. Nunca começara nenhuma confusão. _ Por que você não gosta de mim?
Os olhos da professora brilharam:
_ Por que você não merece que ninguém goste de você. E ninguém nunca vai gostar.
Depois dessas palavras, uma única lágrima escorreu dos olhos de Leite Azedo. Não era uma lágrima transparente, era vermelha, vermelha de sangue. Com a lágrima, também escorreu pelo rosto branquelo as magoas juntadas durante todos aqueles anos.
_ Você não gosta de mim_ a menina falou_ Por isso você me machuca, eu não gosto de seus olhos.
Com um pulo rápido, Leite Azedo aproximou-se da professora levantando o lápis de ponta perversa. Desferiu um golpe certeiro no olho direito da mulher. Sentiu o olho explodir e o sangue sujou suas mãos. A mulher urrou de dor e ajoelhou-se com as mãos no olho furado.
_ Este olho jamais verá que minha pele é branca. Mas falta o outro.
Com mais um golpe a garota furou a mão da professora, que cobria o rosto. A mulher levantou atordoada e chorando. Leite Azedo avançou novamente sobre ela, mas foi empurrada para trás. A gorda mulher ensopada de sangue saiu pela porta. Leite Azedo caminhou lentamente até sua mesa e pegou suas coisas. Não poderia mais voltar naquela escola. Mas não estava preocupada com aquilo. Só tinha um problema a resolver agora. Encontrar a casa da ex-professora. Ainda restava um olho a ser furado...

Jefferson Reis

domingo, 6 de setembro de 2009

Chana?






Alguns dias atrás, quando fui fazer não sei o que no Orkut, o verificador de palavras mandou-me uma palavra engraçada, chana (e eu nem estava vendo filme pornô!). A partir de então, fiquei de olho pra ver se o verificador tentaria estabelecer contato novamente. Contudo, ele mostrou ser mais louco do que eu (desconfio que seja neurótico).
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Para que servem estas idiotas verificações de palavras? Pode até servir para reduzir o números de spam e vírus, mas o objetivo principal é gerar raiva nos internautas.
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Ja encontraram alguma palavra engraçada no verificador?

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Coração ensanguentado


Chora coração ensanguentado
Derrama no chão lágrimas vermelhas
Tua carne rubra vai perdendo a vida
Tu já não brilha como a lua cheia.

Morre coração humano
Morra sozinho sofrendo calado
Você não tem a essência da fênix
Morrendo uma vez, será sepultado

Finda coração que amo
Deixe-me logo, pare de ser nobre
O mundo não é para ti
Tua lápide será meu peito pobre



Jefferson Reis

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Eu tenho muito medo!







A banda estadunidense Paramore, vai lançar no próximo 29 de setembro o terceiro CD de estúdio, brand new eyes ( realmente escrito em minúsculo, exigência de Hayley) .O álbum foi gravado entre janeiro e março deste ano em Hidden Hills, na Califórnia. O primeiro single será a música Ignorance , cujo videoclipe já foi liberado ( passando inclusive na MTV). O guitarrista Josh Farro disse que o CD tras muitas mudanças para a banda.

Sempre que uma banda que eu curto vai lançar um CD e diz que ele marca uma grande mudança, eu fico apreensivo. Tenho medo que entre essas trocas de estilo, a banda perca a essência que me atrai. Como Avril Lavigne. No início de sua carreira ela era “ meia” punk, usava roupas descoladas e as músicas eram divertidas e impactantes. Com o tempo ela perdeu essas características e transformou-se em uma patricinha rosada. Eu vejo seus vídeos antigos e sinto tristeza comparando a Avril de antes com a Avril de hoje. ( Patty)
Quando a Pitty lançou o Chiaroscuro, tive medo de ouvir as músicas e decepcionar-me. Ela sempre foi minha musa e esteve presente em minha adolescência. Particularmente, até gostei do novo álbum, mas sinto falta do estilo hardcore revolucionário de músicas como Teto de Vidro e Máscara. Me adora é realmente boa, mas não há nem como compará-la à Na sua estante. O mundo gira e as coisas mudam ( mesmo meus dias parecendo todos iguais) e com elas nós também mudamos.



Outro ciclo em diferentes fases.
Vivendo de outra forma.
Com outros interesses, outras ambições.
Mais fortes, somadas com as anteriores.
Mudança de prioridades.
Mudança de direção.
Alguns ainda caem por terra.
Pra outros poderem crescer.
Caem 1, 2, 3, caem 4.
A terra girando não, se pode parar.
(Trecho de Anacrônico - Pitty )
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terça-feira, 1 de setembro de 2009

Solidão


Em minha mente vejo corpos decompostos,

vermes misturam-se a sangue,

guerra mistura-se à miséria.

Não sei por quem,

mas sinto-me ameaçado.

Grossas gotas da noite caem sobre mim.

Procuro abrigo, mas não encontro.

Aos poucos a noite inunda minha vida.

Afogo-me em solidão.


Jefferson Reis

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Vanusa explica erro ao cantar Hino Nacional



Em março deste ano, a cantora brasileira Vanusa errou a letra do Hino Nacional em uma sessão na Assembleia Legislativa. O video do incidente acabou na internet e tornou-se uma atração no Youtube.


Em entrevista para o site de notícas G1 , a cantora disse que estava sob o efeito colateral do Vertix, remédio contra Labirintite. Ela negou estar embriagada na ocasião. Vanusa disse ainda que vai recorrer à justiça para retirar o video da internet e que irá processar os veículos de comunicação que afirmaram que ela estava bêbada. ( Você não é Amy Winehouse, relaxe!)


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Tudo bem. Suponhamos que ela realmente estava sob o efeito do Vertix, o que eu acho verdadeiro. Por que insistiu em cantar? Por que ninguém a deteve quando ela deu sinais de que não estava bem? A incompetência mais uma vez fez-se visível. Agora não adianta tentar retirar o video da internet e sair por ai processando sites. Pelo menos isso serviu para alguma coisa, constranger aqueles políticos.


domingo, 30 de agosto de 2009

Jornalista sem diploma?




Estava navegando na Blogosfera e encontrei um post interessante em determinado Blog.
A autora do Blog postou sua visão acerca da queda de diplomas para jornalistas.
Veja abaixo o post de minha colega blogueira.


Vale mais um pedaço de papel ou 4 anos de estudo?
Essa choradeira de jornalistas sobre o fim da obrigatoriedade do diploma de jornalismo já está cansando. Na internet tem gente dizendo que vai rasgar o diploma, que a faculdade não serviu para nada, que qualquer um poderá fazer jornalismo (como se isso fosse ruim), que quer o dinheiro de volta, e por aí vai.
Eu respeito quem acredita que o diploma deveria ser obrigatório. O que irrita é ver pessoas inteligentes colocando seus 4 anos de faculdade numa peça de papel.
Quem faz a faculdade é o aluno. Os anos de graduação deveriam servir para estudar, experimentar, redigir, propor boas matérias, discutir ética, manipulação. E o diploma, em si, é só um detalhe. Se você aproveitou a faculdade, na hora de competir por uma vaga, com ou sem diploma, você vai poder se sobressair.
Simples assim.

Eu deixei um comentário no post.
Segue abaixo o comentário.


Não é bem assim meu amor. Eu fiz um semestre inteiro de jornalismo, mas decidi sair e encarar a faculdade de Letras. Com certeza a faculdade vale muito, pois lá o acadêmico pode errar, recebe conselhos e conhecimentos dos professores, discute As Teorias do Jornalismo, Sociologia da Comunicação, aprender sobre o Lead. O profissional entra no mercado pronto para agir. Mas agora, com a queda do diploma, a profissão teve uma grande desvalorizada, não existe mais a classe dos jornalistas, eles não podem mais ter sindicatos e muito menos lutar por seus direitos, não podem nem mesmo lutar por um piso mínimo justo, pois como eu disse não existe mais a classe dos jornalistas, como existe a dos médicos, engenheiros e professores. Muitos pensam que as empresas vão preferir um jornalista formado do que um sem diploma e é ai que enganam-se, não sei se você sabe mais existem os padrinhos. Imagine que você seja uma jornalista formada e vai procurar emprego em uma empresa, sua concorrente nem ao menos tem diploma, mas tem um tio, um primo, um pai na empresa. Quem vai conseguir a vaga? Ela. A queda do diploma quebrou com o jornalista. Eu apoio os protestos, reivindicações até o fim e isso não é nenhum exagero.

Perfil falso de Xuxa no Twitter


Depois de todo o bafafa ocorrido na última terça-feira ( 25 ), envolvendo Xuxa e sua filha Sasha, outra confusãozinha estilo Meneghel rouba a cena. ( Cena com C e não com S ). Xuxa ganha um perfil falso no Twitter.
Segundo o site MSN, a única diferença entre o perfil verdadeiro e o falso é um “ underline “ . O endereço tem mais de 20 mil seguidores e algumas supostas declarações de Xuxa.
De acordo com a acessoria de imprensa, a apresentadora vai manter-se afastada do Twitter, não só pelo perfil falso, mas também por ter brigado com o público para defender Sasha. A garota postou uma mensagem contendo desvios da gramática normativa.
A apresentadora Angélica defendeu a colega: “Fico triste com essas coisas, principalmente quando envolve criança. Imagino que, com razão, ela [Xuxa] ficou chateada ou p... mesmo".
Preta Gil também opinou: "Isso aqui não é pra qualquer um não, tem que ter preparo emocional mesmo. Ela reagiu da maneira mais espontânea e ingênua, acabou generalizando sua mágoa. Acho totalmente compreensível, afinal de contas, ela sempre viveu num castelo como boa 'Rainha' que é, e estava tentando, pela primeira vez, ter contato com nós mortais. Quem sabe depois dessa ela volte mais madura pra cá"
Alguns sites informaram que Xuxa justificou o desvio da filha pelo fato dela ter sido alfabetizada na Língua Inglesa . ( Como uma criança brasileira não aprende o português?) Entendo o desvio da garota. Ela tem apenas 11 anos e é perfeitamente aceitável que troque o C pelo S em algumas palavras. Pessoas mais velhas e instruídas que ela cometem erros bem mais graves. Quanto ao perfil falso no Twitter, ainda bem que não foi o meu.

sábado, 29 de agosto de 2009

Evanescence no Brasil


Os fãs de Evanescence podem comemorar. Esta confirmada a presença da banda no Festival Maquinário, em São Paulo, que acontece nos dias 7 e 8 de novembro na Chácara Jockey.
Segundo o site de notícias Correio, O que a Bahia quer saber ( correio24horas.globo.com) , a banda deve apresentar-se no dia 8. Faith No More, Janes’s Addiction e Deftones também confirmaram presença.
Evanescence é uma banda de gothic rock . Tem dois álbuns de estúdios e um ao vivo. O primeiro, Fallen, foi lançado em 2003, vendeu mais de 15 milhóes de cópias e conquistou para a banda dois Grammy Awards . Em 2004 lançaram o primeiro álbum ao vivo, Anywhere but Home e em 2006 foi a vez do segundo álbum de estúdio , The Open Door, que vendeu mais de 5 milhões de cópias.
Desde o início da banda, em 1995, vários integrantes deixaram o Evanescence. Da formação original resta apenas a fundadora, Amy Lee, vocalista e pianista. Qual será o mistério que envolve a banda? Será Amy Lee uma pessoa difícil de conviver?

Luana Piovani ganha carro de Dado Dollabela


Hoje, 29 de agosto, a atriz Luana Piovani comemora aniversário de 32 anos. Ela tem muito que comemorar mesmo. Entre seus presentes esta um Chrysler Cruiser novinho em folha. O carro foi dado por seu ex- namorado Dado Dollabela e esta no valor de R$ 70 mil.
Dado Dollabela venceu o reality show da Record “ A Fazenda “ e embolsou um prêmio de R$ 1 milhão. O que é 70 mil perto de 1 milhão?
O engraçado é que em 2008, depois de um namorinho colorido, Dollabela chegou a bater no rosto de Piovani. O Ator alegou ter ficado com ciúmes pela namorada ter deixado os seios à mostra na peça Pássaro da Noite. Piovani sugeriu que Dollabela fizesse psicanálise.
Vai entender os famosos!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Que filme você é?


Estava navegando na Blogosfera quando deparei-me com um teste muito interessante.
Se você fosse um filme, que filme seria? Meu resultado foi o filme O Ódio,de Mathieu Kassovitz ( nunca assiti, mas estou interessado nele) Ja fiz muitos testes assim. Se eu fosse um mutante teria os poderes da Tempestade, identifico-me mais com a Hermione do que com o Harry e o Rony, se eu fosse um animal seria uma formiga. Abaixo está o link do teste.

http://abyssinia.no.sapo.pt/index.html

Ego


Paranoia. Disturbio. Anormalidade mental. Ser sem espírito, sem o sopro de vida, preso em melancolia. Confusão corre em suas veias e a dúvida é sua essência. Preso em seu mundo besta. Vê um Fusca e imagina um besouro gigante, ou seria um elefante?
Não sabe ser, muito menos estar, só resta-lhe o falhar. Falhar. Falhar. Por que falha tanto? Erra, erra novamente. Chega!

Jornalismo Industrial


Todos os estudos, ética e regras do jornalismo dizem que ele deve ser imparcial e verdadeiro. No entanto, estes mesmos estudos e regras deixam claro que para uma notícia ter repercussão deve primeiramente chamar a atenção, ser importante e estar ligada diretamente, ou pelo menos indiretamente à vida de quem vai recebê-la.
Uma notícia pode ser feita de várias formas, mantendo, porém, a sua veracidade. Imagine uma troca de tiros entre policiais e pessoas ligadas ao tráfico de entorpecentes. Durante o tiroteio um policial morre e dois traficantes são feridos. O título da notícia poderia ser: “Traficantes matam policial em tiroteio”, ou ainda, “Policiais deixam dois feridos em troca de tiros”. Alguma das notícias está errada? De forma alguma, apenas mostram lados opostos de uma mesma moeda.
Existe sim um problema com o jornalismo televisivo. O rápido acesso às informações e a facilidade em publicá-las, tornam as notícias superficiais. De acordo com uma acadêmica de Serviço Social, o jornalismo da TV brasileira de hoje em dia, principalmente o da Rede Globo, é “mecanizado”. Joga apenas os fatos principais, deixando a matéria sem aprofundamento. A acadêmica diz que assistiu matérias em jornais brasileiros e ficou chocada ao perceber que essas matérias haviam acabado sem abordar o tema com profundidade.
Este tipo de jornalismo serve apenas para a manipulação da massa, pois não é capaz de gerar opiniões. Os brasileiros vão recebendo as noticias e aceitando-as como verdadeiras sem ao menos analisá-las. Não é culpa deles. Seria ignorância acreditar que uma pessoa, criada em uma cultura onde o jornalismo é super confiável, vivendo com o estereótipo de que o Jornal Nacional trabalha visando o bem popular, não vá deixar-se influenciar pela TV.
Assim como a cultura é influenciada e até mesmo moldada pelo capitalismo e pela globalização, o jornalismo também é. Poderíamos usar o termo “Jornalismo Industrial”, quando nos referirmos ao jornalismo feito hoje. Claro que existem jornalistas que trabalham com a verdade, visando o bem popular, mas na maioria das vezes são abafados pelo sistema.

Relação entre Realidade e Linguagem

Desde tempos antigos, a questão da relação entre linguagem e realidade preocupa os pensadores. Platão, por exemplo, dizia que a linguagem deveria refletir uma razão ideal e mostrar somente a verdade das coisas, mantendo sempre coerência com a realidade. No entanto, é muito difícil analisar a relação entre realidade e linguagem, pois antes disso devemos identificar o que é cada uma delas.
A realidade é explicada pela ciência como sendo tudo aquilo que é verdadeiramente existente, material ou mentalmente. Mas para aceitarmos esta afirmação, temos que responder se tudo o que existe é verdadeiro, temos que definir o que é verdade. O papel da linguagem é transmitir através de signos; ideias e pensamentos, que são análises da realidade feitas pelos olhos do homem. Mas nem sempre o que o homem tenta expressar é real, ele pode muito bem expressar ficção, algo existente apenas em sua mente. Porém, voltando á ciência, realidade seria tudo o que é real, até mesmo os pensamentos do homem. A ficção, originada dos pensamentos, seria realidade?
Com isso, vemos que é errado dizer que o papel da linguagem é expressar a realidade, pois não temos um conceito formado do que é real e verdadeiro. A linguagem é uma disciplina muito sensível, pois é através dela que o homem comunica-se. Por isso, desde cedo surgiram dúvidas a respeito do que ela transmite. Os sofistas, filósofos pré-socráticos, foram os primeiros a preocuparem-se com essa questão, descobriram o grande poder da linguagem e utilizavam-na para influenciar e persuadir.
Voltando a questão realidade e linguagem para a área textual, teremos que usar As Teorias do Significado para responder se uma palavra corresponde a uma realidade ou não. Sabemos que uma só palavra pode ter vários significados e que estes significados podem relacionar-se com diversas outras palavras. A palavra tem sim relação com a realidade. È esta realidade que pode não expressar algo existentemente verdadeiro, como a palavra ficção, que remete algo criado pela fantasia. A ficção é realidade, o que não é realidade é o que ela expressa.
Concluímos então que a linguagem não serve apenas para expressar a realidade. Pois o que é real para um, pode não ser para outro.

Primeiro Post...


Este é apenas mais um Blog de um garoto que ja teve outros Blogs! O que este Blog terá de diferente? Eu vou fazer de tudo para postar diariamente. O que mais? Tentarei escrever com meu coração e deixar um pouco de minha alma em cada uma das palavras postadas aqui!


Ainda não tenho nenhum leitor ( tenho certeza que a Daieh vai ler meu Blog) e nenhum seguidor ( provavelmente quando ela estiver lendo este post, ja estará seguindo-me), mas quem sabe alguém não se interessa por minhas palavras? Pelo menos de uma coisa eu tenho certeza. Tenho muito o que escrever.