
sábado, 20 de março de 2010
Ocultos podem ser heróis.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
3 em 1
Por que chorar por causa de uma música? Por que deixar essa melodia tomar conta de mim? Eu nunca vi o mar. Mas é pra lá que ela me leva. É como seu eu fosse de outra época, como se eu fosse de outra geração. No entanto eu estou aqui, do mesmo jeito, habitualmente parado na frente do computador, ouvindo a bendita música pelas caixinhas de som. Meus olhos estão molhados e estou com medo da madrugada. A madrugada é dura, cruel, irônica. Ela sorri pra mim como se fosse uma estrela, mas eu sei que no fundo ela é como eu. Adora-se e odeia-se.
Rotina. Minhas aulas estão chegando e é nisso que minha vida vai se transformar, rotina. Eu não estou reclamando, mas sabe aquela pessoa que se entedia facilmente? Sou eu. Sei que eu sou o gerente da minha vida e que se não quero viver na rotina, devo fazer coisas diferentes, mas é mais difícil quando a rotina é mental e não rotina vivida, batida, suada. A rotina mental é sutil e silenciosa e quando menos se espera ela te enlaça e pronto, você já esta rotinado. São as mesmas caras, os mesmos sorrisos, os mesmos reflexos. As músicas são todas iguais, aguadas. Os textos dizem coisas que você já sabe. O mundo conspira pra que você viva cópias e mais cópias de seus dias. “O tempo é uma grande fotocopiadora”, você vai pensar. Prepare-se pra viver dejavú atrás de dejavú. Essa rotina mental é tão bonita.
Eles me olham, analisam, dizem que me amam. Mas eles querem me ver sair, eles precisam saber como eu viverei sozinho, eles esperam o dia que eu suma. Eles querem me ver crescer e querem não sentir vergonha do que eu serei. Querem que eu coma e que durma nas horas certas, pra que não fique doente. Eles precisam sugar o meu tempo e os meus pensamentos.Eles querem que eu seja o rei do mundo. Mas eu só quero que eles conversem comigo. Eu quero que meus pais não sintam medo de me conhecer.
Jefferson Reis
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Sr. Errado.
Era uma vez um garoto qualquer. Inventou de seguir quase errante na vida, gostou. Os comentários alheios não mais importavam e ele passou admirar sua própria loucura. Andava como queria, vestia-se como queria e falava com quem queria. Curtia ir pra balada mais teen da cidade e dançar ocupando grande espaço. Fazia amizade com as prostitutas e amor com letras de músicas. Tirava fotos fazendo bicos e caretas, e qual o problema? Gostava do que os outros odiavam e odiava o que os outos amavam. Era o Sr. Errado. E ele gostava de ser assim, gostava de se sentir livre e descolado, gostava de animais e de internet, gostava dos amigos e velhos, ele gostava de meninos e meninas.
Achava que nunca se apegaria a ninguém, mas um dia encontrou alguém que aqueceu seu coração e ele passou a gostar de andar de bicicleta à noite, de sentar no meio fio. Mas ele se atrapalhava com palavras e atitudes e acabou voando sozinho. Perdeu-se, não se achou. E não mais conseguia encontrar seu caminho. E quando finalmente encontrou e voltou, percebeu que já era tarde demais pra ele. Chorou. Bebeu da taça do orgulho e engoliu em seco o arrependimento. Sr. Errado Sr. Errado, por que é sempre tão errado assim?